quarta-feira, 11 de junho de 2025

Evangeline Adams


Evangeline Adams: A Astróloga dos Reis, Banqueiros e Presidentes


A Sacerdotisa das Estrelas em Pleno Século XX

Na aurora da era industrial, entre ruídos de locomotivas e bolsas de valores em ebulição, surgia discretamente uma figura improvável para os padrões de um mundo dominado por homens e pela racionalidade materialista: Evangeline Smith Adams, nascida em 8 de fevereiro de 1868, em Jersey City, Nova Jersey, tornou-se, contra todas as probabilidades, a mais influente astróloga do mundo ocidental de sua época.

Com um estilo direto, elegante e confidencial, ela não apenas lia mapas natais, mas decifrava destinos, escancarando a força esquecida dos planetas diante de uma elite que acreditava apenas em lucros, guerras e poder.


Ascensão: A Voz Feminina que Rompeu o Céu de Nova York

Em uma época em que astrologia era considerada crime em muitos estados americanos, Evangeline Adams se instalou em Nova York, coração financeiro e espiritual dos Estados Unidos, onde oferecia seus serviços a uma clientela cada vez mais sofisticada e poderosa. Sua postura séria e seu conhecimento técnico chamavam a atenção: ela usava efemérides modernas, matemática aplicada e uma profunda intuição, unindo tradição e ciência com rara precisão.

Foi processada três vezes por "exercício ilegal da adivinhação", mas, ao contrário de muitos místicos da época, não fugiu nem recuou. Em 1911, ao ser levada a julgamento, causou espanto ao apresentar uma interpretação do mapa astral do próprio juiz — que, segundo relatos da época, ficou impressionado com a acurácia da leitura. O caso foi arquivado. Evangeline foi absolvida. A astrologia, pela primeira vez na América moderna, foi tratada como campo legítimo de saber.


Entre Astros e Alta Roda: Os Clientes Poderosos

Ao longo de sua carreira, Evangeline atendeu milhares de pessoas, mas alguns nomes ficaram registrados por sua importância política, econômica ou simbólica. Entre seus clientes mais famosos, além de J.P. Morgan, destacam-se:

  • Enrico Caruso, o lendário tenor, cuja voz ela dizia ter “a marca de Vênus e do Ascendente em Leão”.
  • Wallis Simpson, futura Duquesa de Windsor, envolvida com o rei Eduardo VIII em um dos maiores escândalos da monarquia britânica. Diz-se que Adams previu o impacto do relacionamento com o trono inglês anos antes da abdicação.
  • Franklin D. Roosevelt, então governador de Nova York e futuro presidente dos EUA, que teria consultado Adams sobre questões de saúde e timing político.
  • Charles Schwab, magnata do aço, também teria buscado seus conselhos para investimentos estratégicos.
  • E ainda boatos persistem sobre consultas discretas por parte de Theodore Roosevelt e até Aleister Crowley, embora esse último nunca tenha confirmado publicamente a relação.

As Previsões que Abalaram o Mundo

Evangeline não se limitava ao mapa pessoal. Fazia previsões mundanas, geopolíticas e coletivas — muitas das quais foram posteriormente consideradas impressionantes:

  • O incêndio do Hotel Windsor, em 1899, que ela previu com detalhes surpreendentes, salvando vidas.
  • A morte do rei Eduardo VII, cuja data ela teria indicado em consulta privada.
  • O crash da Bolsa de Nova York, em 1929, que anunciou meses antes, alertando clientes sobre uma "grande sombra de Saturno e Urano sobre Wall Street".
  • A entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, em 1942, associando Marte e Saturno em aspectos de guerra e restrição.
  • E, com elegante humildade, previu a própria morte em 1932 — sob um trânsito de Netuno em seu mapa natal, apontando dissolução e retorno ao cosmos.

J.P. Morgan e o Poder Invisível

Um dos episódios mais simbólicos de sua trajetória foi sua longa e confidencial relação com John Pierpont Morgan Sr., o homem mais poderoso do capitalismo americano. Embora a frase “Milionários não usam astrologia, bilionários usam” seja muitas vezes atribuída a ele sem confirmação documental, é fato que Morgan era cliente assíduo de Adams, e chegou a defendê-la publicamente das acusações de charlatanismo.

Morgan programava negociações, viagens e decisões de risco com base nos conselhos astrais de Evangeline, e sua confiança nela ecoava discretamente pelos corredores da elite financeira.


A Astrologia como Ciência Espiritual

Evangeline Adams não via a astrologia como superstição, nem como espetáculo. Para ela, era uma linguagem sagrada, capaz de revelar as engrenagens ocultas da alma e da história. Publicou livros como Astrology: Your Place in the Sun e Astrology: Your Place Among the Stars, que venderam milhares de cópias e ensinaram astrologia ao grande público com clareza e profundidade.

Ela escrevia:

“A astrologia não dita o destino, mas revela o campo em que ele se manifesta. Somos sementes lançadas num campo de estrelas.”

Seu estilo equilibrava simbolismo com pragmatismo, e sua visão era mais terapêutica do que determinista. A astrologia, em suas mãos, tornou-se ponte entre o visível e o invisível — instrumento de autoconhecimento e ação consciente.


Legado: A Mulher que Legalizou os Astros

Ao morrer, em 10 de novembro de 1932, Evangeline Adams deixou um vácuo, mas também um legado: foi a primeira mulher a conquistar o direito de exercer astrologia nos tribunais norte-americanos, e sua influência se perpetuou em astrólogos modernos, como Dane Rudhyar, Linda Goodman e Robert Hand.

Ela abriu as portas para a astrologia como campo de saber legítimo, antes de qualquer movimento New Age ou reabilitação acadêmica. Sua história nos ensina que o tempo, quando lido com coragem, nos devolve nossa própria história — como estrelas fixas guiando um mar revolto.


📜 O Caso Evangelina Adams: Quando a Astrologia Enfrentou a Justiça

Na virada do século XX, a cidade de Nova York estava mergulhada num clima de modernização, mas também de perseguição contra práticas esotéricas. Foi nesse cenário que ocorreu um dos episódios mais famosos envolvendo uma astróloga: o caso de Evangelina Adams, em 1914, que entrou para a história como um dos primeiros julgamentos de astrologia nos Estados Unidos.


⚖️ O que aconteceu?

Em 1914, ela foi acusada de praticar astrologia sem licença, o que na época era classificado como charlatanismo e prática de adivinhação ilegal, segundo as leis do estado de Nova York.

A polícia, num esforço para "dar exemplo", enviou um agente disfarçado ao escritório de Adams. O policial marcou uma consulta, fingindo ser um cliente comum. Durante a leitura, ela descreveu com precisão detalhes da vida dele, apenas com base nos dados de nascimento que ele forneceu.

Pouco depois, ela foi presa, acusada formalmente e levada a julgamento.


🏛️ O julgamento histórico

O tribunal estava lotado de jornalistas e curiosos. A imprensa deu ampla cobertura ao caso. Evangelina não se intimidou. Pelo contrário: usou o tribunal como palco para defender a astrologia com firmeza e dignidade.

Durante o julgamento, ela solicitou permissão ao juiz para fazer uma análise astrológica do próprio filho do juiz, usando apenas os dados de nascimento. O juiz, curioso, autorizou.

Adams descreveu com detalhes a personalidade, o temperamento e até acontecimentos marcantes da vida do filho do magistrado.

A precisão foi tão impressionante que o próprio juiz John Freschi, visivelmente surpreso, declarou que aquilo não era "adivinhação vulgar", mas uma "ciência digna de respeito".


✅ O resultado

Evangelina Adams foi absolvida de todas as acusações.

O juiz entendeu que ela não estava enganando ninguém, nem fazendo promessas de resultados fantasiosos. Sua abordagem era séria, técnica e baseada em cálculos astronômicos.

Essa vitória não só reforçou a reputação de Adams, como também abriu precedente para outros astrólogos nos EUA exercerem seu trabalho com menos perseguição jurídica.


🖋️ Impacto e legado

Esse caso se tornou um marco na história da astrologia moderna nos Estados Unidos. Evangelina Adams seguiu com sua carreira de sucesso e publicou livros importantes sobre astrologia, como:

  • "Your Place in the Sun" (1930)
  • "Astrology: Your Place Among the Stars" (1930)

Ela entrou para a história como a mulher que enfrentou a justiça e defendeu a astrologia de forma inteligente e corajosa, num tempo em que isso podia levar alguém à prisão.



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