Desde os tempos imemoriais, o homem ergueu os olhos para o céu em busca de respostas. Civilizações antigas, como os babilônios, desenvolveram sistemas para interpretar os movimentos dos astros e sua influência sobre o destino humano. Entre esses legados milenares, um dos mais intrigantes é o ciclo de regência planetária, uma técnica que atravessou os séculos e ainda hoje desperta a curiosidade de astrólogos e estudiosos.
Mas como funciona essa técnica? Qual sua origem? E como podemos utilizá-la para compreender melhor as energias que regem cada ano?
A ORDEM CALDEICA: O CÓDIGO SECRETO DOS PLANETAS
A astrologia babilônica, que floresceu entre os séculos XVIII e VI a.C., lançou as bases de grande parte do conhecimento astrológico que usamos hoje. Os sacerdotes-astrônomos caldeus foram os primeiros a registrar meticulosamente os ciclos dos planetas, associando-os ao tempo e aos acontecimentos terrestres. Dessa tradição surgiu a chamada Ordem Caldeica dos Planetas, uma sequência que segue a velocidade aparente dos sete astros visíveis a olho nu:
- Saturno
- Júpiter
- Marte
- Sol
- Vênus
- Mercúrio
- Lua
Essa sequência influenciou profundamente o pensamento astrológico, sendo aplicada tanto na estruturação dos dias da semana quanto no conceito de regência temporal. Na prática, os caldeus acreditavam que cada período de tempo – seja um dia, uma hora, um mês ou um ano – era governado por um planeta específico.
O SEGREDO DA DIVISÃO POR SETE
A técnica para calcular o planeta regente do ano baseia-se na divisão do número do ano por sete, aproveitando a sequência caldeica. O restante dessa divisão revela qual planeta exercerá sua influência sobre aquele período.
PASSO A PASSO PARA CALCULAR O PLANETA REGENTE DO ANO
- Pegue o número do ano desejado.
- Divida esse número por 7.
- Anote o número que sobra (resto da divisão).
- Consulte a Ordem Caldeica para descobrir o planeta correspondente.
EXEMPLO PRÁTICO: 2025
Vamos calcular o planeta regente do ano de 2025:
- 2025 ÷ 7 = 289, com resto 2.
- Segundo a Ordem Caldeica, o número 2 corresponde a Júpiter.
- Logo, Júpiter será o planeta regente de 2025.
A TRADIÇÃO SECRETA DOS REGENTES ANUAIS
Os registros históricos sobre a aplicação direta dessa técnica nos tempos antigos são escassos, mas há indícios de que a ideia de ciclos planetários influenciando períodos de tempo já existia entre os caldeus. A obra Enuma Anu Enlil, um extenso conjunto de tabuletas de argila que registram observações astrológicas babilônicas, menciona a regência dos planetas sobre determinados períodos, reforçando o conceito de que os astros exercem um domínio cíclico sobre o tempo.
Com o passar dos séculos, essa técnica foi absorvida e reinterpretada por astrólogos helenísticos e, posteriormente, pelos medievais. Durante o Renascimento, pensadores como Marsilio Ficino e Guido Bonatti trouxeram essas ideias para suas análises, consolidando a crença de que cada ano possuía uma “assinatura planetária” que influenciava os acontecimentos coletivos e individuais.
A INFLUÊNCIA DO PLANETA REGENTE NO ANO
Cada planeta imprime sua energia sobre o período que rege. Em um ano de Júpiter, como 2025, espera-se uma ênfase em expansão, crescimento, justiça e conhecimento. Pode ser um período de oportunidades, mas também de excessos e exageros.
Já em anos regidos por Marte, a tendência é um clima de ação e conflito. Vênus traz beleza e diplomacia, enquanto Saturno impõe disciplina e restrição. Compreender a influência do planeta regente pode ajudar a alinhar expectativas e preparar-se para os desafios e oportunidades que o ano trará.
A SABEDORIA DAS ERAS
A astrologia é, antes de tudo, uma ponte entre o passado e o presente, uma máquina do tempo simbólica que nos conecta à sabedoria dos antigos. A técnica dos planetas regentes do ano é um testemunho vivo da genialidade dos caldeus, cuja compreensão dos ciclos cósmicos ainda ressoa em nossas vidas.
Seja para orientação pessoal, previsões coletivas ou simples curiosidade, esse método nos lembra que os astros continuam guiando nossa jornada – assim como fizeram com os astrólogos de outrora, que gravaram suas descobertas em tabuletas de argila, confiantes de que o céu sempre teria algo a nos ensinar.
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